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Noitada de Rusgas no Arsenal do Minho

Texto e fotos: Carlos Morgadinho
5 de Maio de 2012

 

O salão nobre do Arsenal do Minho de Toronto, no passado sábado, foi deveras pequeno para albergar tanta gente para participar e conviver nas primeiras Rusgas Minhotas organizadas no Ontário e quiçá no Canadá que, como é do conhecimento geral, trata-se duma tradição ancestral daquela região de Portugal.

Foi uma noite de festa e alegria onde, como é óbvio, as alegres e mexidas música do Alto e Baixo Minho, esteve em destaque. Assim os Viras, as Chulas, o Malhão, a Cana Verde e outras mais bem marcantes no folclore do Minho e cujas origens se perdem nas brumas do passado, marcaram presença pela actuação de doze grupos, ou rusgas, representando as cidades, vilas e até freguesias do Minho Verde para não esquecermos as Associações e agrupamentos da nossa comunidade.

As Rusgas presentes foram:
Juventude, com 11 elementos.
Associação Cultural do Minho, com 21 elementos.
Freguesia de Sampriz, de Ponte da Barca, com 22 elementos.
Lindoso, 14 elementos.
Estrelas do Norte com 12 elementos.
Lomar, da cidade de Braga, com 15 elementos.
Castelo do Neiva, com 7 elementos.
Grupo Folclórico do Minho com 20 elementos.
Rusga de Oshawa com 7 elementos.
Arsenal do Minho com 27 elementos.
Casa da Madeira de Toronto com 8 elementos e que animou esta noite com os famosos bailinhos daquela Região de Portugal.

Todos os instrumentos musicais do Minho estavam ali representados na sua maioria pelas concertinas mas também por muitos cavaquinhos, violas e violões, tabuinhas, bombos, reco-recos, ferrinhos, castanholas faltando só a tradicional gaita-de-foles, ou a gaita-galega como é conhecida, não esquecendo as cantadeiras e os cantadores.

Para quem não é minhoto, como nós, e nunca assistiu a este tipo de expressão cultural, as Rusgas do Minho, é caso para ficar extasiado pela visão de tanta alegria e música interpretada por novos e menos novos dando ganas de nos juntarmos principalmente quando todo o “mundo” alinha na pista de dança para acompanhar aqueles ritmos de fazer bulir o sangue nas veias.

Foi um espectáculo soberbo aquela Noitada de Rusgas pelo que está de parabéns o pelouro cultural da Direcção do Arsenal e os seus organizadores, o Manuel da Silva e o Jorge Gonçalves.

Mais uma vez queremos destacar as senhoras voluntárias da cozinha e que prepararam o delicioso “caldo verde”, as bifanas, o chouriço assado e aperitivos de fazer contentar o mais “sisudo palato”. Para elas, aqui deixamos os nossos agradecimentos por manter e disseminar a gastronomia minhota por estas terras. É que se não fossem elas, estas dedicadas voluntárias, os nossos clubes e associações não poderiam sobreviver pelo menos no ir para a frente com festas deste calibre.

Aqui deixamos os nossos sinceros agradecimentos. No intervalo deste festival, desculpem chamar-lhe assim, houve caldo verde, broa (esta uma gentileza de Jack’s Bakery) e chouriço assado para todas as mesas para os presentes puderem degustar estas delícias acompanhado por vinho de Ponte da Barca, outra das “sete maravilhas da noite”.

Nas conversas estava sempre marcada a saudade dos tempos já lá idos onde nas suas terras formavam pequenos grupos de amigos e não só e levando os seus instrumentos musicais corriam as freguesias onde tocavam e no final eram convidados para entrar nas casas e ali lhes era oferecido presunto, chouriço, bifanas, doces e outras iguarias.  

Pela uma da madrugada retiramo-nos (com muita pena, confessamos) deixando o salão abarrotar de dançarinos que não paravam de rodopiar nos viras e chulas nesta primeira edição de Rusgas Minhotas que não será, de certeza, a última…

Foi mesmo uma festa para não esquecer.

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